
Marina Milani Publicado em 20/05/2024, às 09:02
A Viação Piracicabana, responsável pelo transporte coletivo em Santos, litoral de São Paulo, entrou com um processo contra a Prefeitura de Santos, o Governo de São Paulo, o Santos Futebol Clube e a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) devido aos danos causados pelo incêndio de seis ônibus após o rebaixamento do Santos FC para a Série B do Campeonato Brasileiro, em dezembro de 2023.
Após a derrota do Santos para o Fortaleza por 2 a 1 no dia 6 de dezembro de 2023, torcedores revoltados incendiaram seis ônibus da Viação Piracicabana, além de seis carros e uma ambulância. A confusão ocorreu mesmo com o policiamento reforçado na região da Vila Belmiro, onde o jogo aconteceu.
A ação foi protocolada na 3ª Vara da Fazenda Pública de Santos. No processo, a empresa solicita a reparação dos danos materiais, totalizando R$ 500 mil, aos governos estadual e municipal, ao clube e à confederação. A Piracicabana argumenta que atendeu a um pedido da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para manter todas as linhas que servem o Estádio Urbano Caldeira, além de disponibilizar uma linha extra para o evento.
No documento judicial, a empresa culpa a “conduta omissiva” dos réus pela falta de segurança adequada, o que teria facilitado os atos de vandalismo. A Piracicabana aponta que a CBF, como organizadora do Campeonato Brasileiro, e o Santos FC, como proprietário do estádio, são responsáveis pelos danos, citando a Lei Geral do Esporte para embasar seu pedido.
A empresa também inclui a Prefeitura de Santos e o Estado de São Paulo no processo, alegando que são responsáveis por garantir a segurança pública local, tanto dos espectadores quanto do patrimônio público.
O Santos FC declarou que apresentará sua defesa no momento oportuno e afirmou não ter responsabilidade nos eventos mencionados. Em nota enviada ao g1, o Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria de Segurança Pública (SSP-SP), explicou que a Polícia Militar realiza planejamento detalhado para a segurança em eventos como jogos de futebol, que envolvem diversos órgãos públicos e representantes das torcidas e moradores locais.
Na data do incidente, a ação de Controle de Distúrbios Civis foi necessária para manter a ordem pública, resultando em vários veículos incendiados e danos a propriedades. Onze policiais militares ficaram feridos, e três cavalos da cavalaria foram lesionados durante o confronto.
A confusão começou antes mesmo do fim da partida, quando torcedores começaram a lançar pedras e coquetéis molotov contra a Vila Belmiro e os policiais. A resposta das forças de segurança incluiu o uso de bombas de efeito moral e gás de pimenta. Helicópteros e a cavalaria da Polícia Militar foram chamados para reforçar a segurança.
Enquanto os torcedores se afastavam do estádio, o tumulto se espalhou pelas proximidades, resultando no incêndio de ônibus e automóveis, além de danos a lixeiras, placas e residências.
O processo segue em tramitação na 3ª Vara da Fazenda Pública de Santos, e os envolvidos terão oportunidade de apresentar suas defesas.






