
Jair Viana Publicado em 24/01/2024, às 17:32
Tão longo quanto o nome, Thiago Antônio Brennand Tavares da Silva Fernandes Vieira, tem sido o período de prisão do empresário, no aguardo de decisões nas diversas varas criminais, tanto da capital paulista quanto das de Porto Feliz, cidade onde está a mansão que teria, na versão de supostas vítimas, sido cena para todos os supostos crimes sexuais, agressões físicas e cárcere privado.
Thiago responde a pelo menos cinco denúncias de estupro, sem que em nenhuma delas tenha sido juntado o laudo do exame de corpo de delito, elementar nesses casos. A defesa do empresário tenta sua libertação da prisão em Pinheiros, onde está há quase um ano.
O único processo em que há um laudo juntado, é o da atriz e produtora Karmel Bortoleti, realizado quase quarente dias após o suposto estupro. O laudo foi confeccionado por uma médica perita que, depois descoberto ter sido médica particular de Karmel, o que é proibido.
Um dos argumentos enfatizado pelos advogados é o de que “em cada procedimento criminal instaurado, o paciente vem sendo investigado e denunciado não pelos elementos probatórios ali colhidos, mas sim, por um conjunto de fatos que, ao longo dos últimos meses, foram frequentemente noticiados pela mídia de modo parcial e sensacionalista”, dizem os defensores.
Ainda em habeas corpus em favor de Thiago Brennand, os advogados apontam que o caso de Karmel Bortoleti foi arquivado depois que a polícia e o Ministério Público (MP) pediram. Os pedidos foram feitos, segundo a defesa por falta de provas.” pela ausência de indícios de materialidade e autoria dos crimes inicialmente apurados. Igualmente agiu o Ministério Público que, de forma minuciosa, analisou os elementos colhidos no curso do inquérito policial para fundamentar o pedido de arquivamento do feito. Afirmam.
O próprio Ministério Público, no documento em que pede ao arquivamento, também destaca o relacionamento amoroso existente à época entre Karmel e Thiago. “É fato incontroverso que a vítima e o averiguado se conhecem há mais de década – não se sabendo a data exata ou a quantidade de anos, pois há controvérsia nesse ponto – e ambos mantiveram, por um período considerável, relacionamento afetivo.
Os fatos que se pretendem aquilatar ocorreram no curso da relação do casal”, diz o promotor de justiça.
A atriz e produtora, a brasileira Karmel Bortoleti, radicada nos Estados Unidos, é figura central nos processos que Thiago Brennand responde. Ele só tomou providências após um ano do suposto estupro.
O juiz que determinou o arquivamento do inquérito, também manda as autoridades policiais de Recife adotar providências para o enquadramento de Karmel no crime de denunciação caluniosa. “Acolho as razões expostas pelo Ministério Público (págs. 434/437), para determinar o arquivamento dos autos, nos moldes e com as ressalvas previstas no art. 18 do Código de Processo Penal. Quanto à eventual delito de denunciação caluniosa, a consumação deu-se em Recife, Estado de Pernambuco. Logo, oficie-se à delegacia que lavrou o Boletim de Ocorrência, com cópia integral dos autos para as providências cabíveis”.
Na contramão de qualquer sentimento, inclusive traumas, naturais diante de situações como a que ela relata no processo, Karmel resolveu transformar sua suposta experiência de violência física, sexual e moral em arte. Como atriz, ela encarna o personagem Lola Santiago, no filme “Unfelt”, que produziu e tem direção assinada por Lorenzo Antonucci, que também passa pelos mesmos apuros que ela, a cidadã Karmel, alega ter vivido na mansão de Thiago, no município que ironicamente tem o nome de Porto Feliz. A atriz alega que foi abusada sexualmente, inclusive com a prática de sexo anal à força.
Na narrativa que usou em juízo, falando de sua vida real, Karmel conta que agosto de 2021, desembarcou no Brasil, indo para a mansão de Thiago Brennand, que havia conhecido através de uma rede social. Dias depois de se hospedar na mansão da família Brennand, a atriz liga para o irmão, Normar Brotoleti e se diz acuada, sob cárcere privado sendo espancada e violentada sexualmente por Thiago. Na verdade, os dois se conhecem “há mais de década”, diz o MP, na petição em que requer o arquivamento do inquérito.
O irmão de Karmel registra um boletim de ocorrência, na Delegacia da Mulher, em Recife (PE), onde denuncia a suposta situação de cárcere privado de sua irmã. Nada se falou acerca de supostos estupros ou tatuagem “forçada”. Policiais de Recife comunicam a polícia e Porto Feliz, que vai à casa de Thiago para resgatar a tal vítima. Isto não acontece, pois a suposta vítima havia fugido junto com o homem que diz ser o seu agressor.
No dia 3 de setembro do mesmo ano, Karmel






