
Vitória Tedeschi Publicado em 19/06/2023, às 17:25
Após a mais famosa operação criminosa – a Lava Jato – ter provocado um rombo calculado pela Petrobras em cerca de R$ 6,2 bilhões, a empresa está prestes a sofrer um novo golpe, com um prejuízo bilionário. Isso porque a sangria dos cofres da Petrobras causadas, em 2010, no final do segundo mandato de Lula, parece ter ganhado um novo capítulo.
De acordo com o que foi divulgado pela ISTOÉ, a empresa está prestes a sofrer mais um golpe, que pode gerar um prejuízo bilionário de cerca de R$ 1 bilhão.
A questão é que, acionistas minoritários – investidores com menos de 50% das ações – da petrolífera, de 26 fundos estrangeiros que adquiriram ações da empresa no período compreendido pelo escândalo investigado pela Polícia Federal (PF) e Justiça Federal do Paraná, sentiram que foram prejudicados pela queda do valor da empresa pública.
À época, a grande queda nas ações acabou com os cofres da empresa, fazendo com que seu valor caísse muito (estima-se que a empresa valia R$ 600 bilhões e passou a valer R$ 100 bilhões).
Agora, a Petrobras mergulha em uma grande disputa jurídica, onde a Justiça, arquivou a ação e considerou que o meio adequado para a reparação dos prejuízos seria a constituição de um tribunal de arbitragem – que acontece por fora do controle dos órgãos públicos. Essa modelação jurídica tem poderes de ação judicial, mas corre de forma sigilosa, se dispõe a ouvir todas as partes envolvidas no processo e ao final, decide a causa.
Vale comentar que tudo começou quando, em outubro de 2017, quando centenas de pequenos acionistas da Petrobras, ligados à Associação dos Investidores Minoritários (Aidmin) e que hoje mudou a sigla para Abradin, ingressou no Foro Central de São Paulo com uma Ação Civil Pública (ACP) contra a estatal pedindo ressarcimento de danos causados aos acionistas por causa dos prejuízos que a petrolífera alcançou na BM&F Bovespa, após a Lava Jato.
No entanto, a grande questão é que esse tal tribunal tem como presidente o advogado Anderson Schereiber, que também advoga para o presidente da Abradin, Rafael Rodrigues Alves da Rocha.
Ou seja, ainda de acordo com a ISTOÉ, Anderson é suspeito de estar conduzindo o tribunal de arbitragem com poderes de substituir uma sentença judicial de maneira irregular e pode impor novos danos gigantescos à maior estatal brasileira.
Desse modo, Anderson tem sido considerado pivô no novo esquema que pode acabar – mais uma vez – com os cofres da estatal em bilhões de reais, já que tem um conflito de interesses por representar juridicamente um dos lados dessa disputa.