
Maria Clara Campanini Publicado em 24/10/2024, às 12:20
Uma situação de possível discriminação racial e abordagem inadequada por parte de funcionários de uma farmácia em Santos, litoral de São Paulo, está sendo investigada após denúncia de uma jornalista de 47 anos. A profissional alega ter sido acusada injustamente de furtar um desodorante e afirma que foi tratada com agressividade por um segurança do estabelecimento.
O incidente ocorreu em uma unidade da Drogasil no bairro Pompéia. A jornalista relatou ao g1 que, enquanto procurava um desodorante para uma campanha de marketing, foi seguida e abordada na rua por dois empregados da farmácia. De acordo com seu depoimento, a abordagem foi marcada por truculência e intimidação, especialmente por parte do segurança.
A Fundação Procon-SP já notificou a Drogasil para esclarecer os fatos e identificar a empresa responsável pela contratação dos serviços de segurança. O órgão estabeleceu o prazo até 29 de outubro para que a empresa forneça as informações solicitadas. Paralelamente, o Procon-SP destacou que a farmácia será convidada a aderir aos “10 princípios para o enfrentamento do racismo nas relações de consumo”, diretrizes criadas para promover um ambiente comercial mais justo e igualitário.
A jornalista, em seu relato, mencionou ter sido surpreendida pela acusação de furto e que foi instigada a retornar à farmácia para revisar as imagens das câmeras de segurança. Apesar da insistência do segurança nas acusações, ela refutou as alegações e ameaçou acionar a polícia.
Em resposta ao ocorrido, a RD Saúde, controladora da Drogasil, informou estar investigando internamente o caso e reiterou seu compromisso com um ambiente sem discriminação. A empresa afirmou estar colaborando com as investigações e lamentou qualquer comportamento que tenha infringido suas normas.
A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) confirmou que a Polícia Militar foi chamada ao local para mediar o conflito. Durante a ocorrência, um funcionário admitiu o erro e pediu desculpas à jornalista, que registrou sua reclamação sob alegações de racismo.
O caso está sob análise das autoridades competentes e tem gerado discussões sobre práticas discriminatórias em ambientes comerciais. O Procon-SP possui um canal específico chamado Procon Racial para tratar denúncias desse tipo e enfatiza a importância da adoção de medidas preventivas contra práticas racistas pelas empresas.






